Soluções em Pauta

O que o Febraban Tech 2025 nos ensinou sobre o futuro do sistema financeiro?
Artigo de Andrea Iorio, embaixador da Oi Soluções
Como será o futuro do setor financeiro?
Quais tecnologias vão realmente transformar a forma como bancos operam, clientes se relacionam e dados são protegidos?
E qual o papel das empresas de tecnologia nesse novo cenário?
Essas foram algumas das perguntas que guiaram os debates ao longo dos três dias intensos do Febraban Tech 2025 — e que também nortearam a cobertura especial da Oi Soluções, diretamente do maior evento de tecnologia e inovação do setor financeiro no Brasil.
Com mais de 500 painelistas, 12 trilhas de conteúdo e o tema central “A aceleração do sistema financeiro na era da inteligência”, a edição deste ano reuniu líderes, especialistas e inovadores para discutir não apenas as tendências tecnológicas mais quentes do momento, mas também os impactos éticos, sociais e econômicos dessas transformações.
A inteligência artificial, a computação em nuvem e a cibersegurança dominaram as conversas — e isso não por acaso. Esses foram apontados como os três principais focos estratégicos dos CIOs, segundo a pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária apresentada no evento.
Mas o que vimos nos painéis vai muito além do aspecto técnico. Houve uma forte ênfase no papel da tecnologia na transformação de pessoas, experiências e culturas organizacionais. A inovação, por si só, não é mais suficiente — ela precisa ser humana, ética e inclusiva.
No primeiro dia de evento, Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, apresentou a nova agenda de inovação da instituição. Entre os destaques, o Pix 2.0 — que traz funcionalidades como o Pix automático e o Pix por aproximação —, além de avanços importantes no Open Finance e na evolução do Drex, a moeda digital brasileira. Tudo isso com um objetivo claro: criar um ecossistema fértil para a inovação, com foco no usuário, na eficiência e, principalmente, nas pessoas.
Essa mesma abordagem esteve presente no painel com os CEOs dos principais bancos do país. Milton Maluhy, do Itaú, destacou como o banco está usando inteligência artificial para personalizar mais de 300 jornadas completas dos clientes — um avanço importante na construção de experiências mais relevantes e eficazes. Já Tarciana Medeiros, do Banco do Brasil, trouxe um exemplo poderoso de transformação interna: mais de 25 mil colaboradores já foram treinados em IA, preparando a organização para os desafios e oportunidades da nova era digital.
Encerrando o dia, tive a oportunidade de participar de um painel da Oi Soluções ao lado de Renato Simões e Ataíde Junior, com mediação de Vinícius Donola. O tema foi tão atual quanto necessário: “Hackers do Bem as a Service”. Discutimos como a cibersegurança precisa evoluir para modelos mais colaborativos — e como programas de Bug Bounty, que envolvem hackers éticos na identificação de vulnerabilidades, estão se tornando ferramentas-chave para proteger o setor financeiro. Um setor que, vale lembrar, sofre hoje cerca de 15.500 ciberataques por dia apenas no Brasil.
Soluções em Debate
Esses três momentos — da inovação centrada no usuário, da transformação cultural e da colaboração em segurança — sintetizam bem o espírito do primeiro dia: uma tecnologia que só faz sentido quando melhora a vida de quem está na ponta.
O segundo dia da Febraban Tech 2025 foi marcado por uma mistura poderosa de urgência ambiental, avanços em inteligência artificial e transformações na infraestrutura digital — três temas que, cada vez mais, se entrelaçam nas estratégias das instituições financeiras.
A manhã começou com uma conversa sobre sustentabilidade, colocando a COP 30, que acontecerá este ano na Amazônia, no centro do debate. Helder Barbalho, governador do Pará, e Luiz Lessa, do Banco da Amazônia, destacaram a necessidade de acelerar o desenvolvimento do mercado de carbono, especialmente diante dos impactos ambientais gerados pelo uso massivo da inteligência artificial. Um dado chamou atenção: o treinamento de um único modelo de IA pode emitir mais de 270 mil quilos de CO2, e o uso diário da IA por uma única pessoa pode consumir até 500 ml de água — o equivalente a uma garrafinha plástica.
Painel - Preparativos para COP 30
Logo depois, a atenção se voltou para os Agentes de IA — sistemas inteligentes capazes de agir de forma mais autônoma, com base em metas pré-estabelecidas. Diferente das ferramentas reativas que apenas respondem a comandos, esses agentes tomam decisões, adaptam seus comportamentos e executam tarefas com mais independência. Hoje, já estão sendo usados no atendimento ao cliente e até como coaches de vendas, os chamados pitchmakers. Segundo Soraya Lima, da Microsoft, e Robson Martinho, do Santander, a adoção desses agentes reduziu o tempo de atendimento em até 25% e aumentou a taxa de conversão comercial.
Outro conceito que ganhou força foi o da Supercloud — uma evolução da nuvem híbrida que integra múltiplos ambientes, incluindo bordas (edge computing), em um ecossistema digital unificado e, ao mesmo tempo, invisível ao usuário. Trata-se de um novo patamar de conectividade e fluidez operacional. Mas, como destacou Elisa Kobayashi, do Google Cloud, essa transformação só é possível se vier acompanhada de uma mudança cultural profunda dentro das organizações e da adoção de práticas como FinOps, que ajudam a controlar os custos da nuvem e aumentar sua eficiência.
O segundo dia foi, portanto, uma grande provocação: a inovação precisa ser sustentável, autônoma e escalável — mas, acima de tudo, precisa estar amparada por uma cultura organizacional pronta para absorver essa nova realidade.
O terceiro e último dia da Febraban Tech 2025 começou com uma provocação de peso: Paul Romer, Prêmio Nobel de Economia, subiu ao palco para falar sobre “Inovação e Crescimento na Era da Inteligência”. E não poupou alertas. Segundo ele, por mais promissora que seja, a inteligência artificial ainda carrega riscos que precisam ser enfrentados com seriedade. Entre eles, três merecem atenção especial:
- As alucinações, quando a IA simplesmente inventa fatos
- Os vieses, que surgem dos dados usados para treiná-la — muitas vezes enviesados ou incompletos
- E a falta de consciência ética, já que esses sistemas não distinguem o que é certo ou errado, apenas replicam padrões.
Esses riscos reforçam uma mensagem essencial: não existe IA poderosa sem supervisão humana, dados confiáveis e responsabilidade clara.
E foi justamente sobre dados que os debates seguiram. Afinal, não adianta ter o modelo mais avançado do mundo se a base é frágil. Matheus Girardi, do Agibank, trouxe um dado que comprova a força dessa combinação: com dados estruturados e uso inteligente de IA, o banco aumentou em mais de 80% sua taxa de retenção de clientes — um impacto direto e mensurável da personalização baseada em insights.
Encerrando o evento, o painel “Construindo o Banco do Futuro” ofereceu uma visão ousada e transformadora: o banco do futuro talvez nem pareça mais um banco. Para Glauber Mota, do Revolut, o caminho aponta para modelos invisíveis, onipresentes, acessíveis, altamente seguros — e totalmente centrados na experiência do usuário.
É exatamente com essa visão de futuro que a Oi Soluções participou ativamente do Febraban Tech 2025 — marcando presença nos debates, nos bastidores e também no palco. No primeiro dia, estivemos no Espaço Workshops, Sala A, com uma programação intensa que refletiu nosso compromisso em transformar o setor financeiro por meio da tecnologia.
Ao longo do dia, promovemos e participamos de discussões sobre temas que estão no centro da nova agenda estratégica das instituições:
- Infraestrutura de nuvem híbrida e edge, que sustenta operações mais resilientes e escaláveis;
- Cibersegurança colaborativa, como os programas de Bug Bounty, que contam com a atuação de hackers éticos para reforçar a proteção dos sistemas;
- Cocriação com clientes e parceiros estratégicos, integrando setor público e privado
- E iniciativas voltadas à governança de IA, ética digital e confiabilidade dos dados — todos elementos fundamentais para uma adoção responsável e eficiente das novas tecnologias.
Como integradora de soluções digitais, a Oi Soluções acredita que estar na linha de frente da inovação é mais do que oferecer tecnologia. É atuar como parceira estratégica, conectando inovação com propósito, segurança com agilidade e dados com decisões mais inteligentes — e é exatamente isso que buscamos compartilhar com o mercado em mais uma cobertura do Febraban Tech.
O Febraban Tech 2025, afinal, deixou uma mensagem clara: o futuro não é algo distante — ele já está sendo construído agora, por quem escolhe liderar com propósito, ética e inteligência.
Essa foi mais uma cobertura especial da Oi Soluções. Mas a conversa sobre inovação, inteligência artificial, segurança e transformação digital não termina aqui.
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Muito obrigado por nos acompanhar. Nos vemos em 2026!