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Soluções em Pauta

A pandemia reinventou a internet

A pandemia reinventou a internet

DEBATER 10/03/2021

Em entrevista ao Soluções em Pauta, Rogerio Takayanagi, diretor de Estratégia e Transformação da Oi, aponta como a mudança de hábitos causada pela pandemia ressignificou a internet no Brasil

 

Está claro que, entre todos os efeitos que a pandemia de Covid-19 trouxe para a sociedade, um dos mais fortes e permanentes é o da aceleração da digitalização da sociedade como um todo. Isolados em casa, consumidores tiveram seu dia a dia digitalizado, forçando as empresas a realizar seus processos de transformação digital a toque de caixa.

Passado o primeiro ano de pandemia, já é possível avaliar a profundidade destes mudanças. É com esse objetivo que o Soluções em Pauta conversou com o diretor de Estratégia e Transformação da Oi, Rogerio Takayanagi. Acompanhe:

Por que você acha que mudamos tão rapidamente?

No meio do confinamento e novos hábitos, nos mostramos mais uma vez seres extremamente adaptáveis. O isolamento ao qual fomos impostos estimulou uma criatividade essencial frente às circunstâncias difíceis, inclusive para que pudéssemos, mesmo à distância, manter e praticar a nossa sociabilidade.

De que forma isso impactou a internet?

A pandemia ressignificou a internet. Pessoas que até então usavam apenas as redes sociais como entretenimento viram que podiam - e precisavam - colocar no mundo digital seu trabalho, seus talentos, seu meio de vida, sua profissão e as suas necessidades de consumo.

Essa nova realidade alavancou os serviços em nuvem também...

Os serviços na nuvem e a internet tiveram papel fundamental na ligação entre as pessoas, entre a demanda e a oferta. De dentro de suas casas os brasileiros passaram por mudanças de hábitos e de paradigmas, fazendo com que a quarentena fosse muito além de uma medida sanitária: foi e tem sido também um fenômeno de aceleração de novos usos da conectividade.

De que forma isso se concretizou?

Mais de 40 milhões de brasileiros começaram a comprar online após o início da pandemia. Este fenômeno é ainda mais impactante quando observamos os grupos mais vulneráveis. Uma pesquisa do Comitê Gestor da Internet aponta que as compras online passaram de 37% para 64% na classe C e incríveis 18% para 44% nas classes DE. Falta muito para a universalização, mas o percurso está acelerando de forma exponencial. Demanda traz oferta, que traz mais demanda.

Isso aconteceu somente no comércio?

Não. Nós vimos fenômeno semelhante também nos serviços financeiros. Em algumas semanas, o auxílio emergencial, associado a uma elevada penetração dos smartphones, levou mais de 35 milhões de brasileiros à sua primeira relação financeira digital. Nunca se viu na história um processo de bancarização tão acelerado. Outro lado deste mesmo fenômeno, em poucos meses, também já ultrapassamos mais de 150 milhões de chaves PIX. O brasileiro provavelmente vai migrar para o dinheiro digital mais rápido do que a maior parte das nações do mundo.

Mais algum setor se destacou nesse período?

Na educação, as escolas transformaram muito rapidamente, não sem sacrifício, claro, suas aulas em lives e salas de reuniões digitais. E foram aprimorando a técnica de transmitir conhecimento, dia após dia, adotando novas ferramentas tecnológicas. A conexão diminuindo distâncias e proporcionando outras possibilidades de vida e crescimento.

Graças a mudanças regulatórias e legais aceleradas pela pandemia, a telemedicina também está florescendo e acelerando. O médico, que até então só podia prescrever presencialmente, conseguiu levar atendimento a pacientes por meio digital para qualquer parte do País. Hoje, um paciente do Acre ou do Piauí pode, finalmente, se consultar com um profissional do Hospital Albert Einstein em São Paulo sem sair de casa. A saúde está chegando para mais pessoas graças à conectividade, que está viabilizando futuros improváveis.

O que seria este futuro improvável?

De forma análoga aos consumidores, todas as empresas tiveram que se reinventar em curto espaço de tempo e passaram a oferecer produtos, serviços e conteúdo digital cada vez mais customizados de acordo com as necessidades de um público que também se transformou e passou a valorizar e consumir seus produtos e serviços.

Em 2020, num ano em que muitos enxergaram crise e recessão, o Brasil registrou o maior número de empreendedores de sua história. Nos nove primeiros meses do ano passado, o número de microempreendedores individuais (MEIs) no país cresceu 14,8%, na comparação com o mesmo período do ano anterior, chegando a 10,9 milhões de registros.

O que há por trás destes números?

Atrás dos números estão pessoas reais que se reinventaram no último ano, como a empresária que perdeu o emprego e teve que buscar uma nova fonte de renda, montando um site de velas aromáticas de fabricação própria. Ou a dona de uma cafeteria em São Paulo que transformou rapidamente seu negócio e passou a entregar pacotes de quentinhas para pessoas que moram sozinhas e passaram a trabalhar de home office.

Podemos esperar ainda mais mudanças?

Sim. Ainda estamos muito longe do ideal, mas o progresso tem sido feito muito rapidamente. E numa sucessão de novos casos, a internet está cumprindo o seu melhor papel: derrubar as fronteiras e romper os limites que separam pessoas e coisas, pessoas e empresas, pessoas e pessoas. Essa mudança de comportamento digital está ocorrendo exponencialmente em todos os setores e serviços da sociedade.

O que essa mudança nos trouxe ao longo do último ano?

Nós diminuímos distâncias ao gerar novas formas de se viver, trabalhar, divertir e se informar de forma remota, online. A inovação esteve presente durante todo o ano de 2020 não só no mundo empresarial, que precisou avançar rumo à digitalização, mas também nas pessoas, nos consumidores que encontraram novas formas de vida. E a nossa missão enquanto profissionais ligados à tecnologia é seguir ajudando a criar novos futuros levando a vida digital para todos.

 

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